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Economia

Senadores e setor pressionam por tratamento especial para energia elétrica na reforma tributária

Em 2023, famílias pagarão R$ 119 bilhões em energia elétrica no Brasil; deste montante, aproximadamente 50% representa a fatia dos impostos

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Às vésperas de Eduardo Braga (MDB-AM) apresentar seu relatório para a reforma tributária, senadores e o setor pedem tratamento especial para energia elétrica na matéria. O relator deve divulgar uma "primeira versão" de seu texto nesta terça-feira (24).

Entre as emendas apresentadas ao texto na Casa, há ao menos oito pedidos de parlamentares para que sejam implementadas no Senado mudanças ao texto que favoreçam o setor de alguma maneira.

Uma emenda do senador Alan Rick (União-AC), por exemplo, pede a inclusão de "energia elétrica para todos os fins, inclusive com relação aos custos da atividade envolvidos na cadeia econômica", no grupo de atividades que pagarão apenas 40% do valor do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

o senador afirmou que energia elétrica deve ser considerada um bem essencial, pois é necessária ao funcionamento de hospitais, residências e todos os demais setores da economia. Destacou ainda que o aumento nas tarifas de energia gera um efeito cascata nos demais setores e aumento da inflação.

"Defendo junto aos demais senadores a aprovação de uma emenda à reforma, com o objetivo de concretizar essa proposta", disse. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia Elétrica (Abrace), o Brasil tem o maior custo residencial de energia elétrica em um ranking comparativo com outros 33 países. Em 2023, as famílias pagarão R$ 119 bilhões; deste montante, aproximadamente 50% representa a fatia dos impostos.

Economista do FGV Ibre, André Braz indica que, no Brasil, o preço da energia elétrica pressiona o bolso das famílias. "A conta de luz compromete 3,5% do orçamento familiar, e é menor do que poucas outras despesas, está no "top dez" das despesas mais expressivas no orçamento".

Para Braz, os subsídios tributários à energia elétrica são essenciais tanto para as famílias quanto para a indústria. "O setor elétrico é estratégico. Tirar subsídios causa uma sobrecarga na estrutura produtiva e no capital investido. Com os incentivos, diminui o custo dos insumos e o custo de vida, estimula a produtividade e gera empregos", afirma.

Um relatório elaborado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a reforma tributária aponta que "não existem motivos técnicos para a manutenção de alíquotas diversas e incentivos para regimes diferenciados".

Energias renováveis

Dentre as emendas apresentadas, há ao menos cinco que pedem para que a geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis pague somente 40% do IVA.

O senador Marcos Pontes (PL-SP) destaca na justificativa de sua emenda que a energia renovável é essencial para a retomada do desenvolvimento do país, bem como na pavimentação de uma transição energética. "É uma oportunidade única de o Brasil promover uma economia verde aliada à reindustrialização descarbonizada", escreve,

Vital do Rêgo indica que o Brasil se comprometeu a reduzir a emissão de seus poluentes e neutralizar 100% das suas emissões até 2061. "Para atingir essa meta, é imediata a necessidade de fomento ao investimento em atividades como o incentivo para geração de energia renovável", aponta.

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